Sala de chá da casa de Teresa. Cinco da tarde. Édipo já tinha cometido sua falha e a bruxa seduzido com uma maçã envenenada a inocente princesa branca como a neve e de lábios vermelhos como a rosa. Teresa parece nervosa. Gigita come grampos. Norma acaricia seu Gato raça Black and Decker a vapor. Rita come uma rosquinha encaixada em seu dedo anelar. Elizabeth está atrasada. Enquanto ela não chega, estas quatro mulheres trocam receitas, confissões, esperam, tomam café, coca-cola, e falam...
Quatro personagens contextualizadas em um universo ultrafeminino e almodovariano, sarcástico e melodramático, reunidas em um chá para realizarem seu tradicional clube de leitura. Personagens extraídas das obras de Federico Garcia Lorca e relacionadas a teorias freudianas e junguianas sobre o universo da mulher, utilizando os arquétipos das deusas da mitologia grega (Deméter, Hera, Atena e Afrodite) que estabelecem um jogo/terapia/chá das cinco, onde existem regras:
1. Os dados já foram jogados. O café já está na mesa.
2. Uma proposta de leitura e uma confissão para cada uma.
3. Se é a sua primeira vez no clube do livro: você tem que chorar.
A las cinco de la tarde. Não se atrase.
O coletivo “primeira campainha” - Angie Mendonça, Mariana Blanco, Marina Arthuzzi, Marina Viana e Patrícia Diniz - surgiu em 2007 com o espetáculo “Sobre dinossauros, galinhas e dragões – parte II de III”, cena votada pela banca do “IX Festival de Cenas Curtas do Galpão Cine Horto” entre as cinco vencedoras do festival. O segundo trabalho do grupo, “Elizabeth está atrasada” surge a propósito do trabalho de conclusão de curso da atriz Angie Mendonça, então graduanda em teatro pela Universidade Federal de Minas Gerais. Com a saída da referida atriz, o grupo configurou-se como quarteto e prossegue sua pesquisa em plagicombinação¹ de linguagens e mídias, artifício recorrente em vários trabalhos teatrais deste começo de século.
“Elizabeth está atrasada” é uma pesquisa embasada em personagens lorquianas, arquétipos jungianos e conceitos freudianos relacionados à mitologia grega, que forneceram subsídio para a criação de fichas de jogo (descrição de habilidades) e avatares (representação visual de um utilizador em realidade virtual) das personagens/jogadoras.
O Role playing game (RPG) foi utilizado como estratégia de criação das personagens sob a orientação do mestre RPG, definindo através das fichas de jogo todos os atributos/artifícios das personagens; sempre colocadas em situações de cooperação e disputa sob mediação do NPC (Non Player Caracter e única figura masculina presente no processo criativo).
Neste contexto os super poderes/habilidades são colocados como metáfora de um plano imaginário e de delírio; o diálogo das personagens torna-se uma disputa mediada - vide regras – por um mestre de cerimônia (figura masculina que assume o papel do mestre RPG) que intervém sistematicamente nos núcleos de diálogos. Esse mestre incorpora em seu discurso a voz de uma mulher, Jean Shinoda Bolen (As deusas e a mulher: nova psicologia das mulheres, 1990) e conduz a narrativa fragmentada das personagens/jogadoras.
O espaço da ação ocorre num Clube do Livro sob a regra fundamental do live action: regra de ouro (não há toque) e por três regras complementares criadas pelas personagens/jogadoras:
• Os dados já foram jogados. O café já está na mesa. Crônica estabelecida.
• Uma proposta de leitura e uma confissão para cada. Uma de cada vez.
• Se é a sua primeira vez no clube do livro: você tem que chorar.
O resultado deste processo foram quatro personagens contextualizadas em um universo ultrafeminino e almodovariano, sarcástico e melodramático, reunidas em um chá para realizarem seu tradicional clube de leitura/jogo/terapia/chá. A la cinco de la tarde.
Quatro personagens contextualizadas em um universo ultrafeminino e almodovariano, sarcástico e melodramático, reunidas em um chá para realizarem seu tradicional clube de leitura. Personagens extraídas das obras de Federico Garcia Lorca e relacionadas a teorias freudianas e junguianas sobre o universo da mulher, utilizando os arquétipos das deusas da mitologia grega (Deméter, Hera, Atena e Afrodite) que estabelecem um jogo/terapia/chá das cinco, onde existem regras:
1. Os dados já foram jogados. O café já está na mesa.
2. Uma proposta de leitura e uma confissão para cada uma.
3. Se é a sua primeira vez no clube do livro: você tem que chorar.
A las cinco de la tarde. Não se atrase.
O coletivo “primeira campainha” - Angie Mendonça, Mariana Blanco, Marina Arthuzzi, Marina Viana e Patrícia Diniz - surgiu em 2007 com o espetáculo “Sobre dinossauros, galinhas e dragões – parte II de III”, cena votada pela banca do “IX Festival de Cenas Curtas do Galpão Cine Horto” entre as cinco vencedoras do festival. O segundo trabalho do grupo, “Elizabeth está atrasada” surge a propósito do trabalho de conclusão de curso da atriz Angie Mendonça, então graduanda em teatro pela Universidade Federal de Minas Gerais. Com a saída da referida atriz, o grupo configurou-se como quarteto e prossegue sua pesquisa em plagicombinação¹ de linguagens e mídias, artifício recorrente em vários trabalhos teatrais deste começo de século.
“Elizabeth está atrasada” é uma pesquisa embasada em personagens lorquianas, arquétipos jungianos e conceitos freudianos relacionados à mitologia grega, que forneceram subsídio para a criação de fichas de jogo (descrição de habilidades) e avatares (representação visual de um utilizador em realidade virtual) das personagens/jogadoras.
O Role playing game (RPG) foi utilizado como estratégia de criação das personagens sob a orientação do mestre RPG, definindo através das fichas de jogo todos os atributos/artifícios das personagens; sempre colocadas em situações de cooperação e disputa sob mediação do NPC (Non Player Caracter e única figura masculina presente no processo criativo).
Neste contexto os super poderes/habilidades são colocados como metáfora de um plano imaginário e de delírio; o diálogo das personagens torna-se uma disputa mediada - vide regras – por um mestre de cerimônia (figura masculina que assume o papel do mestre RPG) que intervém sistematicamente nos núcleos de diálogos. Esse mestre incorpora em seu discurso a voz de uma mulher, Jean Shinoda Bolen (As deusas e a mulher: nova psicologia das mulheres, 1990) e conduz a narrativa fragmentada das personagens/jogadoras.
O espaço da ação ocorre num Clube do Livro sob a regra fundamental do live action: regra de ouro (não há toque) e por três regras complementares criadas pelas personagens/jogadoras:
• Os dados já foram jogados. O café já está na mesa. Crônica estabelecida.
• Uma proposta de leitura e uma confissão para cada. Uma de cada vez.
• Se é a sua primeira vez no clube do livro: você tem que chorar.
O resultado deste processo foram quatro personagens contextualizadas em um universo ultrafeminino e almodovariano, sarcástico e melodramático, reunidas em um chá para realizarem seu tradicional clube de leitura/jogo/terapia/chá. A la cinco de la tarde.
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